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18 outubro 2021

Navegando - Do Índico ao Lago Niassa (4)


Base Naval de Metangula - Fuzileiros, Reserva Naval, LDM e LDP

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 3 de Março de 2009/19 de Dezembro de 2016)






Fontes:
Arquivo de Marinha; Factos e Feitos da Guerra de África, Luís Sanches de Baêna; Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado, 1958-1975, Lisboa 1992; cedências de fotos da Escola de Fuzileiros e ainda Manuel Alves da Silva, CF 2 - Moçambique, 1962/65;



Manuel Lema Santos
1TEN RN, 8.º CEORN, 1965/1972
1966/1968 - LFG "Orion" Guiné, Oficial Imediato
1968/1970 - CNC/BNL, Ajudante de Ordens do Comandante Naval
1970/1972 - Estado-Maior da Armada, Oficial Adjunto

06 julho 2020

Angola, 1967 - Massabi


(Post reformulado a partir de outro já publicado em 24 de Outubro de 2010)





Fontes:
Texto do autor do blogue, compilado a partir de: Fuzileiros – Factos e Feitos na Guerra de África, 1961/1974, Luis Sanches de Baêna, 2006; Fotos do Arquivo de Marinha;


mls

07 março 2020

... ao saudoso Antas de Barros do 22º CFORN


Gabriel Caldas de Antas de Barros
(1951-2002)


(Post reformulado a partir de outro já publicado em 11 de Novembro de 2009)


... ao saudoso Antas de Barros

O Gabriel era um rapaz “sui generis”!

Penso que exercia a profissão de advogado na cidade de Braga, capital da província setentrional que foi berço da sua existência.

O Gabriel, tal como eu, integrou o 22º CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval, na classe de Fuzileiros.

Um dia, no alvor de uma fria manhã de Fevereiro do já longínquo ano de 1974, embarcámos, nove, para juntos cumprirmos comissão de serviço na então Província Portuguesa da Guiné.

Era um rapaz aprumado, aquele quarto oficial do DFE5-Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 5!

Cioso das suas origens minhotas e orgulhoso por envergar a farda da Marinha, recordo, não raras vezes, vê-lo colocar, com inigualável altivez, a boina azul ferrête com o ferro doirado da Marinha, com que, naqueles tempos, eram distinguidos os melhores entre os melhores.




Gabriel Antas de Barros, à esquerda, e José Carrajola Horta, à direita,
dando as boas vindas a um novo “Pira di Marinha”, José Ribeiro Andrade, ao centro


Admirava-lhe o esmero, a fidalguia, o espírito indomável, a generosidade, e a enorme voluntariedade e prontidão para toda e qualquer missão, “por rios e tarrafos”, de que se havia com tranquila eficácia e rigoroso zelo.

Auscultava nele o sonho, grandioso, de servir a sua Pátria, acima de tudo, contra ventos e marés, com honra, valentia e inestimável dignidade...

Era exemplar no brio e na tradição!

Corriam, então, os anos meãos das sua efémera passagem por este destino terreno que, precocemente, interrompeu. A notícia chegou brutal, inexorável, há alguns precisos meses!...

Uma curva da estrada atirou a moto que conduzia para um destino sem retorno. Ele, não tenho dúvida, seguiu o seu caminho que leva a uma nova luz.

E lá, no reino dos Justos, reservado terá o lugar de todos aqueles que têm um coração universal, do tamanho desse Mar sem fim, que cruzámos, e que tanto deram na Terra!

Apesar de tardia, "mea culpa", esta humilde homenagem ao amigo que dava pelo nome de Gabriel Caldas de Antas de Barros, não pode deixar de ser feita! Fomos, afinal, camaradas de armas e companheiros de missão.

Que Deus o receba na Luz da Sua infinita glória!


José Manuel Carrajola Horta
22º CFORN


mls

05 janeiro 2018

Angola, 1967 - Massabi


Os Fuzileiros em Cabinda, no posto de Massabi

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 24 de Outubro de 2010)


No princípio de 1964, competia ao Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 5, estacionado em Santo António do Zaire, manter uma força destacada em Cabinda, Tchuquessi, na lagoa de Massabi.

A região tinha sido alvo de ataques inimigos, por parte do MPLA, obrigando as populações da zona ao êxodo maciço para o Congo. Mais tarde, foram regressando lentamente ao local à medida que a segurança foi progressivamente restabelecida ao sentirem que a situação estava controlada.




A lancha de fiscalização «Lué» no rio Chiloango

Embora com recursos escassos, os Fuzileiros nunca regatearam esforço e determinação, utilizando os botes atribuídos e a lancha «Lué», em rotinas de fiscalização e patrulha, até à foz do rio Chiloango. Apesar do mau estado da embarcação, a braços com diversos problemas e avarias, tudo se remediava no limiar do impossível pela sua imprescindibilidade nos apoios logísticos.

A situação acabou por ficar estabilizada no segundo semestre do ano, não só devido à presença permanente da Marinha em Massabi mas também porque passou a haver efectivos do exército, alargando e reforçando o dispositivo de segurança com uma companhia no Tchuquessi.

Já com o DFE 6 no terreno, continuou a política activa de impedir a penetração de força inimigas na zona a partir da fronteira, mantendo-se um ambiente relativamente pacífico, participado pelos habitantes locais e povos ribeirinhos que não mostravam quaisquer indícios de estarem interessados em sublevações ou revoltas.

Mais tarde, em 1966/67, o dispositivo dos Fuzileiros no Zaire foi reconfigurado pela necessidade de apoiar com meios reforçados a Frente Leste, na sequência da agressividade crescente do MPLA, passando os postos do rio Zaire e Cabinda a ser atribuídos à responsabilidade de Companhias de Fuzileiros que patrulhavam rios e margens, bem como ilhotas e muílas.




1967 - Visita do Ministro da Marinha ao posto de Massabi, sendo bem visível um testemunho da passagem da Marinha, ali deixado pelo DFE 6

No primeiro trimestre daquele último ano, alguns postos como os do “Tridente” e “Puelo” foram desactivados. Cerca de um mês depois, nova reconfiguração visando o reforço das posições na Frente de Intervenção Leste, na Lumbala e no Lungué-Bungo, o Pelotão de Fuzileiros deixa de actuar na lagoa de Massabi numa situação de relativa acalmia que veio a manter-se até ao final do conflito.


Fontes:
Texto do autor do blogue, compilado a partir de: Fuzileiros – Factos e Feitos na Guerra de África, 1961/1974, Luis Sanches de Baêna, 2006; Fotos do Arquivo de Marinha;


mls

29 junho 2017

... ao saudoso Antas de Barros do 22º CFORN


Gabriel Caldas de Antas de Barros
(1951-2002)


(Post reformulado a partir de outro já publicado em 11 de Novembro de 2009)


... ao saudoso Antas de Barros

O Gabriel era um rapaz “sui generis”!

Penso que exercia a profissão de advogado na cidade de Braga, capital da província setentrional que foi berço da sua existência.

O Gabriel, tal como eu, integrou o 22º CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval, na classe de Fuzileiros.

Um dia, no alvor de uma fria manhã de Fevereiro do já longínquo ano de 1974, embarcámos, nove, para juntos cumprirmos comissão de serviço na então Província Portuguesa da Guiné.

Era um rapaz aprumado, aquele quarto oficial do DFE5-Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 5!

Cioso das suas origens minhotas e orgulhoso por envergar a farda da Marinha, recordo, não raras vezes, vê-lo colocar, com inigualável altivez, a boina azul ferrête com o ferro doirado da Marinha, com que, naqueles tempos, eram distinguidos os melhores entre os melhores.




Gabriel Antas de Barros, à esquerda, e José Carrajola Horta, à direita,
dando as boas vindas a um novo “Pira di Marinha”, José Ribeiro Andrade, ao centro


Admirava-lhe o esmero, a fidalguia, o espírito indomável, a generosidade, e a enorme voluntariedade e prontidão para toda e qualquer missão, “por rios e tarrafos”, de que se havia com tranquila eficácia e rigoroso zelo.

Auscultava nele o sonho, grandioso, de servir a sua Pátria, acima de tudo, contra ventos e marés, com honra, valentia e inestimável dignidade...

Era exemplar no brio e na tradição!

Corriam, então, os anos meãos das sua efémera passagem por este destino terreno que, precocemente, interrompeu. A notícia chegou brutal, inexorável, há alguns precisos meses!...

Uma curva da estrada atirou a moto que conduzia para um destino sem retorno. Ele, não tenho dúvida, seguiu o seu caminho que leva a uma nova luz.

E lá, no reino dos Justos, reservado terá o lugar de todos aqueles que têm um coração universal, do tamanho desse Mar sem fim, que cruzámos, e que tanto deram na Terra!

Apesar de tardia, "mea culpa", esta humilde homenagem ao amigo que dava pelo nome de Gabriel Caldas de Antas de Barros, não pode deixar de ser feita! Fomos, afinal, camaradas de armas e companheiros de missão.

Que Deus o receba na Luz da Sua infinita glória!


José Manuel Carrajola Horta
22º CFORN


mls