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03 novembro 2022

1958/2022 - Relembrando os 64 anos da Reserva Naval


“A Marinha e a Reserva Naval, uma aliança que perdura”

(Post actualizado a partir de outro já publicado em 12 Agosto de 2018)






Decorreram em 11 de Agosto passado 64 anos sobre o ingresso na Escola Naval do 1.º CEORN – Cursos Especial de Oficiais da Reserva Naval da Marinha de Guerra Portuguesa.

Naquele dia do mês de Agosto de 1958, 20 cadetes candidatos a oficiais daquele Quadro de Complemento deram inicío a um primeiro ciclo de 25 cursos, realizados entre 1958 e 1975, num total de 1.712 universitários oriundos de vários estabelecimentos escolares e formações.




Em cima, a "Casa da Balança" nas Instalações Centrais da Marinha onde foi descerrada a placa e,
em baixo, vista geral do edifício das ICM, junto da "Doca da Caldeira"




Interrompidos no ano de 1975, no decorrer do qual nenhum cuirso foi levado a cabo, foram reatados em 1976. Até Maio de 1992 foram então concluídos mais 78 cursos, repartidos entre a Escola Naval e a Escola de Fuzileiros, num total de 1.886 cadetes, igualmente candidatos a oficiais da Reserva Naval.

Em 25 de Julho de 2005, com a presença do Chefe do Estado-Maior da Armada, o Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Oficiais da Reserva Naval e várias outras individualidades, foi descerrada na Casa da Balança - Instalações Centrais de Marinha uma placa evocativa do cinquentenário da criação da Reserva Naval.




A placa comemorativa da efeméride

E bem serviram sem cuidar recompensa!

Ao longo de vários anos tenho aqui publicado múltiplos artigos sobre o tema, pelo que referirei algumas datas e acontecimentos que considero marcantes, interpretação que pode ser sempre classificada de subjectiva, pelas escolhas pessoais.

Contudo todas elas me parecem relevantes na evolução da preservação de memórias históricas da Reserva Naval, Marinha e da respectiva Associação.

Assim foram publicados e podem ser acedidos pelos respectivos links:

7 de Outubro de 2016




14 de Outubro de 2016




5 de Novembro de 2016




9 de Dezembro de 2016




1 de Junho de 2017




20 de Janeiro de 2018




25 de Maio de 2000 (revista n.º 12 da AORN)




20 de Maio de 2001 (revista n.º 13 da AORN)



Fontes:
Anuário da Reserva Naval, Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado, Lisboa, 1992; Revistas da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval, números 12-Dez2000 e 13-Dez2001; texto e fotos de arquivo do autor do blogue com fotos de arquivo do autor do blogue - Arquivo de Marinha e Revista da Armada; actualização de links relacionados;


mls

01 novembro 2019

Curso “Luis de Camões” dos QP e Cadetes da Reserva Naval

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 30 de Março de 2014)

Escola Naval - Curso Luis de Camões num percurso com os 3.º, 4.º, 5.º e 6.º CEORN - Cursos Especiais de Oficiais da Reserva Naval





"...

No já longínquo dia 1 de Outubro de 2010, os antigos cadetes do curso “Luís de Camões” celebraram os 50 anos desde a sua entrada na Escola Naval. Aquele dia começou com a habitual apresentação de cumprimentos ao Comandante da Escola Naval, o Contra-Almirante Seabra de Melo, que os recebeu na Sala da Reserva Naval onde assinaram o livro de honra de forma a eternizarem este momento, seguindo-se uma apresentação sobre a Escola Naval.

Durante a formatura do Batalhão Escolar o Comandante Almada Contreiras, chefe de curso à entrada, proferiu uma alocução aos cadetes. Depois, do desfile e da fotografia de curso, os presentes tiverem a oportunidade de consultar a documentação do curso na Sala Macau, seguindo-se o almoço na camarinha do comandante. Da parte da tarde foi descerrada a placa evocativa deste momento e realizou-se uma breve visita à Escola Naval, despertando boas recordações.

A visita terminou com uma lição comemorativa, pelo comandante Saturnino Monteiro.

...”





Do Livro do Curso “Luis de Camões” se transcreve de seguida, com a devida vénia, um excerto do texto que refere os cursos da Reserva Naval que ali decorriam simultaneamente:

“...

Durante a permanência do “LC” na Escola Naval foi-nos dado conviver durante alguns meses com os cadetes que ali também frequentavam a sua formação para Oficiais da Reserva Naval, todos estudantes ou licenciados do ensino superior e com quem foi muitas vezes grato partilhar vivências e conhecimentos.

O 3.º CEORN alistou-se a 10 de Outubro de 1960, quando nós éramos “mancebos”. Tinha como nº 1 da classe de Marinha o Alberto Neves Cordeiro e integrava 36 cadetes (também das classe EMQ, AN e Saúde).

Nesse ano, o Prémio “Reserva Naval”, destinado ao mais classificado no conjunto da média de frequência escolar e da classificação de carácter militar, foi para o médico João Borges de Oliveira. Após a promoção a aspirantes, foram destacados para os navios e serviços em terra e, pela primeira vez, alguns foram nomeados para comissão no Ultramar (Angola e Guiné), incluindo alguns com funções de comandantes das LFP - Lanchas de Fiscalização Pequenas, então recentemente adquiridas.

O 4.º CEORN foi alistado a 6 de Outubro de 1961, com 44 cadetes, incluindo já os primeiros da classe dos Fuzileiros Navais. O nº 1 era o António Almeida Pinto e o distinguido com o Prémio “Reserva Naval” foi o engenheiro de máquinas Luís Mendes de Almeida.

O 5º CEORN iniciou-se a 4 de Outubro de 1962 e teve a novidade de um cadete da classe dos Engenheiros Construtores Navais, desta vez sem Médicos, num total de 46.

Tinha como nº 1 o Abel Machado de Oliveira e o premiado pela mais alta classificação obtida foi o engenheiro de máquinas Adalberto Mesquita.

Finalmente, o 6 CEORN teve o seu alistamento mais cedo, a 26 de Julho de 1963, com 66 cadetes e formando 2 pelotões, por nós comandados. O seu nº 1 era Agostinho Caro Quintiliano e o prémio para o cadete mais bem classificado foi para o cadete AN RN Rui Pena.
...”




Livro do Curso “Luís de Camões” – Escola Naval, 1960-1964

Responsabilidade editorial:
Almada Contreiras, Mota e Silva, Brito Afonso, Alfredo Baptista, Machado dos Santos, Ferreira de Sequeira, Brito Subtil, Moreira Freire
Não se usou o novo acordo ortográfico.
Lisboa, 2012
Depósito Legal: 345505/12


Fontes:
Livro de Curso "Luís de Camões" por cedência pessoal do Vice-Almirante Luis Manuel Mota e Silva, a título de empréstimo; aqui fica expresso o meu agradecimento pessoal




mls

01 junho 2017

Reserva Naval - Morto em Combate a 2 de Junho de 1973


António Bernardino Apolónio Piteira
(1947-1973)


(Post reformulado a partir de outro já publicado em 1 de Dezembro de 2009)





Foi o único Oficial da Marinha de Guerra Portuguesa - Reserva Naval, morto em combate no período em que decorreu a Guerra do Ultramar nos três teatros de África, em Angola, Moçambique ou Guiné.

Recordado por quantos com ele iniciaram a caminhada na Armada, em 18 de Fevereiro de 1971, António Piteira integrou a Classe de Fuzileiros do 18.º CFORN.

A circunstância de ter sido acontecimento único na História da Reserva Naval, seria motivo suficiente para invocar a memória desse triste facto, mas a personalidade invulgarmente simples e simpática de António Piteira, agigantava-se pela desinteressada camaradagem e amizade manifestadas em permanente alegria de viver, marcando profundamente quem o conheceu ou com ele privou de perto.

Natural da freguesia da Quinta do Jogo, do concelho de Arraiolos, onde nasceu em 11 de Outubro de 1947, era filho de Balbina Rita Apolónio e de Augusto da Silva Piteira.

Deu os primeiros passos, no ensino, nas Escolas da região e por aí se manteve até ingressar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

A entrada na Escola Naval interrompeu-lhe a vida académica, iniciando-o numa nova fase a que se entregou com contagiante entusiasmo, marcando camaradas e guindando-se a figura de relevo na Amizade, a mais nobre virtude da vida.

Promovido a Aspirante FZ RN em 13 de Outubro de 1971, frequentou o curso de Fuzileiro e foi destacado para Angola, onde chegou a 18 de Setembro do ano seguinte, com o posto de STEN, assumindo o comando do 3.º Pelotão da Companhia N.º 1 de Fuzileiros.

No dia 2 de Junho de 1973, pelas oito horas da manhã, integrado numa coluna de viaturas do Destacamento do Zambeze, em missão de serviço à Lumbala, foi alvo de uma emboscada inimiga. Dessa emboscada, ocorrida na Picada entre Lumbala e Chilombo, a cerca de dez quilómetros desta última localidade, resultou a morte de António Piteira.




O Destacamento do Zambeze e a picada de Lumbala para o Chilombo



Na passagem do 30º aniversário da sua morte em 2003, a simplicidade das palavras de Adelino Couto Rodrigues da Silva, camarada de curso e também fuzileiro, foi elucidativa:

“...Recordo-o com eterna saudade e grande emoção. Afirmo ter sido um privilégio conhecê-lo e usufruir da oportunidade de com ele privar e dele me ter tornado amigo. Tinha grande vontade de viver e o destino pregou-lhe uma partida.
Este mundo louco tem destas coisas.
Até sempre, camarada amigo. Um dia vamos encontrar-nos e retomar as nossas conversas, estupidamente interrompidas...”


António Piteira, ainda hoje mantém entre amigos a camaradas um sentimento de tristeza e perda que perdura depois de decorrido tão longo período, ficando indefectivelmente ligado à História da Reserva Naval e da Marinha como mais uma jovem vida ceifada numa guerra que não olhou a quem arrebatou ao nosso convívio.




Também na «Sala Reserva Naval da Escola Naval», a memória de António Piteira está nobremente representada e, anualmente, é atribuído um Prémio com o seu nome, ao Cadete que, de entre os seus pares, por votação secreta e universal de todos os alunos daquela Instituição manifestar, ao longo de quatro anos e de forma mais significativa, as virtudes que se reconheciam ao homenageado – Altruísmo, Camaradagem, Generosidade, Solidariedade e Simpatia.


Fontes:
Texto e imagens de Manuel Lema Santos, 1TEN RN (lic), 8º CEORN;

mls