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08 maio 2021

Revisitar o Museu de Marinha - Parte II


Post reformulado a partir de outro já publicado em 20130203


Parte II





Fontes:
Setenta e Cinco Anos no Mar, Lanchas de Desembarque Grandes (LDG), Lanchas de Desembarque Médias (LDM), Lanchas de Desembarque Pequenas (LFP), 17º VOL, 2005, com fotos de arquivo do autor do blogue - Arquivo de Marinha e Revista da Armada.


mls

11 janeiro 2021

Monumento aos Combatentes do Ultramar


O Encontro Nacional de Combatentes: "Talvez nesta cerimónia devessemos ouvir apenas os clarins"





O Monumento aos Combatentes do Ultramar é um monumento localizado junto ao Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa. Foi criado criado am 1991 para homenagear todos os militares que combateram ao serviço de Portugal na Guerra do Ultramar/Guerra Colonial que se estendeu de 1961-1974.

Obra do escultor João Antero de Almeida e de um conjunto de arquitectos, Francisco José Ferreira Guedes de Carvalho, Helena Albuquerque e Sidónio Costa Cabral, este memorial «Aos Combatentes do Ultramar», viu lançada a sua primeira pedra em 12 de maio de 1993.



Segundo a autarquia, "Realizar um ato de justiça aos Combatentes que serviram a Pátria no Ultramar", "exercer uma ação cultural, patriótica e pedagógica na defesa de Portugal", "favorecer uma função nacional, de prestação de honras solenes à memória dos Combatentes, em datas históricas consagradas ou na ocasião de visitas de Estado ao nosso País" são os objectivos patentes na sua memória descritiva e que presidiram à construção deste elemento.

Bem integrado no Forte do Bom Sucesso, a sua concepção abstracta, de grande sobriedade e fortemente geométrica, baseada numa ideia de grande pureza formal e simbólica, é traduzida através de um pórtico monumental, cuja forma triangular de linhas simples, exibe uma verticalidade acentuada. Trata-se de uma escultura de pedra, incluindo metal e uma zona espelhada, inserida num lago, cuja água simboliza o afastamento ou a distância a que os combatentes se encontravam, exibindo no centro do monumento a "Chama da Pátria".



Com a presença do Presidente da República, então o Dr. Jorge Sampao, foi inaugurado a 15 de janeiro de 1994 pelo Professor Doutor Adriano Moreira e pelo General Altino de Magalhães, este último que na altura desempanhava as funções de Presidente da Liga dos Combatentes. Desde esse ano, no dia 10 de Junho de cada ano, é ali realizada o Encontro Nacional de Combatentes.

No dia da cerimónia de inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, as primeiras palavras do discurso proferido por Adriano Moreira foram: “Sr. Presidente da República, Combatentes. Talvez nesta cerimónia cívica destinada a honrar os combatentes da Guerra do Ultramar português fosse apropriado fazer ouvir apenas os clarins num dos toques que misturam os sons da agonia com os sons da glória”.



Desde essa data, anualmente, no dia 10 de junho, realiza-se o Encontro Nacional de Combatentes junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar. Todos os anos, esse encontro, que presta homenagem aos homens que morreram por combaterem em nome de Portugal, é composto por uma cerimónia inter-religiosa, discursos, desfiles, demonstrações militares, um cortejo e a deposição de flores junto ao Monumento e ao longo das lápides nominativas que cobrem o Forte do Bom Sucesso.

No ano 2000, ao longo do Forte do Bom Sucesso, foram afixadas lápides onde figuram os nomes dos caídos no cumprimento do dever.



Fontes:

Texto e imagens de arquivo do autor do blogue com extractos de texto compilados a partir de:
https://informacoeseservicos.lisboa.pt/contactos/diretorio-da-cidade/monumento-aos-combatentes-do-ultramar e de https://pt.wikipedia.org/wiki/Monumento_aos_Combatentes_do_Ultramar


mls

27 outubro 2018

Liga dos Combatentes - Lei do Reconhecimento e da Solidariedade


Antigos Combatentes da Guerra do Ultramar




Capa da revista "Combatente" n.º 385


É este o título do Editorial da revista trimestral Combatente n.º 385, Setembro de 2018, assinado pelo seu Director e Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes, General Joaquim Chito Rodrigues.

(clicar para ver)

Pessoalmente, sou sócio da Liga dos Combatentes há cerca de três décadas, com o n.º 83.162, não pelas vantagens que tal me pode proporcionar essa qualidade, mas pelos valores e objectivos se solidariedade social que aquela Instituição tem prosseguido na defesa dos interesses dos Antigos Combatentes.

Entendo ser do interesse geral dos Antigos Combatentes o conhecimento do referido Editorial, motivo pelo qual, com a devida vénia, o reproduzo na íntegra tal como publicado na página 5 daquele número da revista «Combatente» acima referido.


Fontes:
Texto do autor do blogue; reprodução integral da página 5 da Revista "Combatente" n.º 385 de Setembro de 2018 da Liga dos Combatentes, em http://www.ligacombatentes.org.pt/revista_combatente/edi_oes_da_revista




Manuel Lema Santos
1TEN RN, 8.º CEORN, 1965/1972
1966/1968 - LFG "Orion" Guiné, Oficial Imediato
1968/1970 - CNC/BNL, Ajudante de Ordens do Comandante Naval
1970/1972 - Estado-Maior da Armada, Oficial Adjunto

03 setembro 2018

Penamacor – Monumento aos Combatentes do Ultramar

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 29 de Agosto de 2011)

"In Memoriam" Coronel José Monteiro Grilo







Foi inaugurado no dia 1 de Junho de 2011, dia do concelho de Penamacor, o monumento em homenagem aos Combatentes do Ultramar, erigido na rotunda poente da Avenida da República que assim quiseram honrar os irmãos de armas e entes queridos mortos no campo de batalha, cujos nomes figuram na base do monumento em pequenas lápides de pedra com placas em latão gravadas.






Um pouco por todo o país, vai-se alargando significativamente a simbologia permanente aos Combatentes do Ultramar pela edificação de monumentos ou simples memoriais que evocam, de forma diversa mas comum no sentimento partilhado de um povo, a recusa de deixar cair no esquecimento aqueles que combateram ao serviço de Portugal na Guerra do Ultramar.

Especial e justificada relevância para os que não regressaram ao país, à família e aos seus, desde então privados ad eternum do convívio de um pai, marido, filho, irmão, noiva ou simples familiar.

Mágoa impossível de escamotear pela óbvia justificação da “morte em combate” ou “no cumprimento do dever pátrio” pela vida arrebatada precocemente, pese embora a evocação de valores, tão defensáveis nos ideais da preservação da defesa nacional como discutíveis no resultado último da morte, consequências do recurso à guerra ao serviço da incompreensão do Homem.

Penamacor era também terra de naturalidade do meu sogro. Homem de arreigados princípios e valores que da sua personalidade eram atributos, escolheu a carreira militar no Exército como vida profissional. Conheci-o já como oficial superior, no posto de Coronel, reformado.




Perfil de recorte digno e educado, culto e austero, partilhava com alegria parcos momentos familiares, mas raramente abordava a Instituição e as muitas vivências havidas nas várias frentes onde combateu.

Nas ocasiões pontuais em que comigo abordava essa temática, sempre timidamente, adivinhava-se-lhe um espírito marcado por cicatrizes e mágoas acumuladas pelo tempo que nem Família, Instituição ou País ajudaram a sarar.

Excepção para o brilho dos olhos, sorriso e o regresso às brincadeiras infantis que os netos sempre nele despertaram.




O tríptico do monumento de Penamacor, esculpido em pedra, recortando as costas marítimas dos três teatros de guerra, Angola, Moçambique e Guiné simboliza, de todo, uma vida inteira como a dele, dedicada às armas e ao dever.

Não caiu em combate mas foi caindo aos poucos.

Na Índia, corria o ano de 1961, então já como capitão, foi feito prisioneiro de guerra no Estado Português da Índia no Campo de Pondá.

Em Moçambique onde desempenhou comissões por duas vezes, primeiro 1954/1957 e mais tarde 1963/1965.

Em Angola de 1967/1968, foi ferido em combate num joelho, em emboscada da CCaç 1639 que comandava, integrada no BCaç 1901.

Finalmente na Guiné, 1970/1971, já como oficial superior, integrado no Comando do Agrupamento 2970 (futuro CAOP 2) problemas graves de saúde obrigaram à sua evacuação.

Falta-me capacidade pessoal e engenho criativo para ajuizar da resistência humana à possível sobrevivência fisica e psicológica de tão sucessivas quanto duras provações.

Caiu no último combate da vida na sequência de prolongada doença em missão última que a todos nos aguarda.

Aqui honro a memória de todos os Combatentes de Penamacor e a dele particularmente.

Foi uma honra ser seu genro, Sr. Coronel.






Fonte (familiar):
O Coronel de Infantaria José Monteiro Grilo nasceu na Vila de Penamacor no dia 5 de Dezembro de 1930 e faleceu em Lisboa no dia 28 de Novembro de 2009; fotos do autor do blogue.


mls