(Post reformulado a partir de outro já publicado em 3 de Abril de 2012/23 de Setembro de 2018)
No ano em que o NTM «Creoula», UAM 201, antigo lugre da Frota Branca Portuguesa (Portuguese White Fleet) completava, em 10 de Maio seguinte, 75 anos de lançamento ao mar e ao serviço da Marinha Portuguesa, justo é que se exaltem também as missões de colaboração e treino de mar com a AORN – Associação dos Oficiais da Reserva Naval que representavam, oficialmente, aquela histórica classe de oficiais da Marinha de Guerra Portuguesa.
Será correcto que, nessa perspectiva, se considere como tantos outras unidades navais que tantos e bons serviços prestaram à Marinha e a Portugal, um navio Reserva Naval. Assim ficaram conhecidos navios onde se incluiram, destroyers, fragatas, navios-patrulhas, draga-minas, navios hidrográficos e auxiliares, lanchas de ficalização grandes e pequenas bem como também lanchas de desembarque grandes, médias e pequenas e, como não poderia deixar de ser, navios-escola.
Qualquer relato diferente ou oportuno registo fotográfico arrastará consigo uma referência ao “velho” lugre, justa homenagem a um navio que reflecte de forma única, na história que simbolicamente consigo transporta, num misto lendário de coragem e determinação, uma escola de marinheiros, disciplina, trabalho e sacrifício, a que corresponderam 37 campanhas bacalhoeiras que o «Creoula« já tinha cumprido na Gronelândia e Terra Nova, a última em 1973.
Em 1 de Junho de 1987 o navio foi formalmente entregue ao Ministério da Defesa Nacional passando a ser designado como Unidade Auxiliar de Marinha (UAM 201) e classificado como NTM - Navio de Treino de Mar.
Todos os anos, desde a Páscoa até Outubro, o navio realiza cruzeiros destinados a futuros profissionais do mar e a jovens interessados, os quais se integram na vida diária de bordo, desempenhando todas as tarefas necessárias. Têm sido inúmeras as missões desempenhadas nas áreas do ensino e da cultura com estas vertentes de formação e treino, algumas delas também com a AORN – Associação dos Oficiais da Reserva Naval.
É de um antigo oficial da Reserva Naval o registo fotográfico exibido e o comentário abaixo que, em 2003, a sul do Algarve, algures entre Portimão e o Cabo Espartel – Tanger, cruzou o rumo do lugre no caminho para Marrocos. Como afirmou “... parecia o lago do Campo Grande e obrigámos um grumete a ir a correr à popa para arriar a bandeira, respondendo à nossa saudação...”, seguindo a mais antiga tradição naval.
Bem hajas Camarada e Amigo, continuas connosco «aragonez»!
O Cabo Espartel é um cabo situado na costa marroquina, perto de Tânger. No penhasco que ali se situa (a 110 m de altura sobre o mar), existe um farol cuja luz se pode ver a 23 milhas náuticas. Para sul, o terreno desce rapidamente dando lugar a uma planície, o que provoca a ilusão de que o cabo pareça uma ilha quando visto de alguns pontos. Antigamente, este cabo era conhecido como Cabo Ampelusia. Este ponto é um dos limites em terra do estreito de Gibraltar.
O local foi palco de confrontos navais famosas, como a Batalha do Cabo Espartel em 20 de Outubro de 1782, entre a esquadra franco-espanhola e a esquadra inglesa.
Posteriormente, uma outra batalha naval teve lugar ali, durante a Guerra Civil Espanhola, também denominada Batalha do Cabo Espartel, em 29 de Setembro de 1936, quando foi quebrado o bloqueio republicano do Estreito de Gibraltar, assegurando o suprimento das forças nacionalistas no Marrocos Espanhol.
Fontes:
Texto e imagens de arquivo do autor do blogue; Dicionário de Navios e Efemérides, Adelino Rodrigues da Costa, Edições Culturais da Marinha, 2006; http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Espartel; imagens cedidas gentilmente por Emídio Aragão Teixeira, 8.º CEORN, 2012;
Texto e imagens de arquivo do autor do blogue; Dicionário de Navios e Efemérides, Adelino Rodrigues da Costa, Edições Culturais da Marinha, 2006; http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Espartel; imagens cedidas gentilmente por Emídio Aragão Teixeira, 8.º CEORN, 2012;
mls