Mostrar mensagens com a etiqueta CMN. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CMN. Mostrar todas as mensagens

15 fevereiro 2019

Protocolo Clube Militar Naval/AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval


(Post reformulado a partir de outro já publicado em 9 de Fevereiro de 2012)

Oficiais da Reserva Naval podem utilizar Clube Militar Naval





O Presidente da Direcção da Associação de Oficiais da Reserva Naval, Comandante Joaquim Moreira, afirmou, no passado dia 2, que o espírito de cordialidade e de câmara entre oficiais de carreira da Armada e os antigos oficiais da Reserva Naval foi reforçado com a assinatura de um protocolo entre o CMN - Clube Militar Naval e a AORN – Associação dos Oficiais da Reserva Naval, efectuado nesse dia.

O protocolo, assinado entre o CMN e a AORN, na sede da primeira instituição, em Lisboa, em ambiente de salutar convívio, viabiliza formalmente “a utilização das instalações e serviços do CMN pelos antigos oficiais da Reserva Naval”, preconizando ainda a efectivação de iniciativas conjuntas, tais como “palestras, colóquios ou qualquer outro tipo de eventos de carácter cultural, recreativo ou técnico profissional”.




Joaquim Moreira no uso da palavra

Joaquim Moreira, numa intervenção de improviso, referiu ainda que este protocolo surge com um atraso de 20 anos, sublinhando que a AORN foi criada e ganhou cidadania, precisamente, porque foi negado, então, o acesso de pleno direito ao CMN aos antigos oficiais da Reserva Naval.

A este respeito, o Presidente da Direcção da AORN invocou a memória e os esforços dos fundadores nas intervenções junto do CMN, referindo nomeadamente o Comandante Alves da Rocha, Dr. Rodrigues Maximiano, Dr. Alfredo Lemos Damião, Dr. Marinho de Castro e Dr. Manuel Torres.

A terminar, e em tom irónico, Joaquim Moreira sublinhou a importância do acesso dos antigos oficiais da Reserva Naval ao CMN, uma vez que a AORN, em determinada altura, optou por não construir instalações próprias para a sua sede o que, tendo em atenção “o contexto actual, se verificou ser uma decisão acertada”.




José Manuel Picoito durante a sua alocução

Em nome do Clube Militar Naval falou o seu Presidente da Direcção, Comandante José Miguel Picoito, que fez questão de reafirmar que "o salutar convívio e partilha do tradicional espírito de Câmara de Oficiais” liga “os antigos oficiais da Reserva Naval à mais elevada tradição naval praticada na Marinha de Guerra Portuguesa e aos valores éticos, qualidades morais e sociais que nortearam o seu empenhamento e sentido de dever no cumprimento da missão".

José Miguel Picoito destacou ainda que, enquanto prevalecer a memória e sentimentos entre as pessoas, esse espírito de Câmara haverá de pautar o relacionamento entre os Oficiais que partilharam tantas experiências e emoções, quer em operações de rotina, quer em ambiente de conflito, que tanto marcaram uns e outros.

São assim reconhecidos os contributos da AORN, com o lema "...e bem serviram sem cuidar recompensa", e da sua missão deduzida dos estatutos de "Defender a Reserva Naval, a Marinha, Portugal e o Mar", numa altura como a actual em que muitos destes valores de soberania são postos em causa, enfatizou.

O Presidente da CMN ressalvou, ainda, que com a assinatura do Protocolo este relacionamento já não depende, da maior ou menor abertura, das sucessivas Direcções do CMN.




Intervenção de José Luiz Vilaça

Discursou depois o Presidente da Assembleia-Geral da AORN, Prof. Dr. José Luiz da Cruz Vilaça, que destacou o valor simbólico do Protocolo, como reafirmação da verdade histórica, de compromisso com o passado e também com o futuro. Ainda que tenha um valor simbólico, explicou, os protocolos são para cumprir, fazendo uma menção, com certa ironia, ao recente protocolo assinado entre o governo de Portugal e a “Troika” (Banco Mundial, FMI e Comissão Europeia).

Sendo Juiz do Tribunal de Justiça da União Europeia, José Luiz Vilaça disponibilizou-se para partilhar numa sessão a realizar no CMN a sua visão sobre a recente crise europeia, baseado na sua experiência nas novas funções, e isto tendo atenção o âmbito da cooperação prevista no protocolo no que diz respeito à realização de iniciativas conjuntas.

Por fim, interveio o Presidente da Assembleia-Geral do Clube Militar Naval, Almirante Gameiro Marques, que invocou também a promoção do "espírito de Câmara de Oficiais", que classificou de profícuo no desenvolvimento e consolidação da cultura naval, o que – frisou - é reconhecido no presente Protocolo.

Referindo que este espírito nasce das relações nas câmaras de oficiais nos navios, "onde se tomam refeições, se descomprime da tensão vivida na ponte, no centro de operações, entre outros sítios, onde se confrontam construtivamente as ideias, independentemente das antiguidades, e sempre com respeito mútuo e com elevação, e onde o comandante é um convidado.

Um lugar onde é tradição não se falar de serviço, com o propósito de fomentar a inclusão de outros assuntos e a cumplicidade positiva. Um espírito que continua no CMN, na comunidade já alargada aos antigos Oficiais da Reserva Naval, que se formaliza com a assinatura do Protocolo"
, acrescentou.




No decorrer do acto de assinatura do protocolo

No acto, estiveram presentes o Contra-almirante Francisco Braz da Silva, Chefe de Gabinete do Almirante Chefe de Estado-Maior da Armada, que representava, o Presidente da Comissão de Domínio Público Marítimo, Vice-almirante na reserva Silva Carreira, o Vice-almirante reformado Lopes Carvalheira, o Contra-almirante Espadinha Galo, Sócio de Mérito da AORN, o Director Geral de Marinha, Vice-almirante Cunha Lopes, que foi um entusiasta deste protocolo, na qualidade de Presidente da AG do CMN, juntamente com o Comandante Vladimiro Neves Coelho, Presidente da Direcção anterior, o chefe da Repartição de Reserva e Reformados, Comandante Conceição Góis, entre outros.

Além dos Presidentes da AG e Direcção da AORN, estiveram presentes, o Presidente do Conselho Fiscal da AORN, Alípio Dias, os membros da Direcção, Pedro Sousa Ribeiro, José Ruivo, Armando Teles Fortes e Tânia Alexandre, e ainda o Luís Penedo, Honorato Ferreira, Serafim Lobato, Carlos Alberto Lopes e Manuel Torres.




Nota:
Quaisquer esclarecimentos sobre o Protocolo bem como a sua consulta poderão ser facultados através do Secretariado da AORN:
Mª Antonieta
Telefone: 21 362 68 40 – Horário das 15:00 às 20:00
Fax: 21 362 68 39
aorn95@reservanaval.pt
maria.antonieta@reservanaval.pt




Fontes:
Texto de Tânia Alexandre, 1.º CFBO 2009/Serafim Lobato, 15.º CFORN; fotos cedidas pelo Clube Militar Naval;


mls

09 dezembro 2016

Clube Militar Naval e Reserva Naval - Fundação da AORN


Clube Militar Naval e Reserva Naval - Fundação da AORN

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 6 de Março de 2009)




Ao longo dos anos, frequentei inúmeras vezes o Clube Militar Naval participando em almoços calendarizados entre camaradas Reserva Naval a que se associaram também, em muitas ocasiões, oficiais dos Quadros Permanentes ou outros Convidados.

No conjunto procuraram sempre reviver, nos convívios havidos, a amizade, companheirismo e também camaradagem, fruto das mais-valias adquiridas de anos de convivência em Unidades e Serviços, com especial incidência no tempo da Guerra do Ultramar. Algures, no tempo, ter-se-iam cruzado ou mesmo partilhado missões ao serviço da Marinha de Guerra Portuguesa.

Também na qualidades de Mestres e Alunos sendo que, tanto oficiais dos Quadros Permanentes como da Reserva Naval, desempenharam aquelas prestigiadas missões na Escola Naval num mútuo e significativo enriquecimento cultural.

Em nenhuma situação procurei o Clube Militar Naval a sós porque, estatutariamente, os antigos oficiais da Reserva Naval não tinham direito à frequência das instalações do clube por "...não terem abraçado a carreira militar naval como profissão...". Para muitos outros constrangedora, também a mim me pareceu sempre impeditiva de uma livre frequência do clube podendo a qualquer momento poder ser invocada a não existência da qualidade de sócio.

Pessoalmente, como 1TEN da Reserva Naval licenciado em 1972, com um percurso de que ainda hoje me orgulho, sempre rejeitei a tão arbitrária quanto possível excepção ao princípio estatutário de que, quando acompanhado ou convidado por um sócio efectivo, poderia frequentar as instalações. Também nunca me agradou a simples facilidade de acesso, baseada na maior assiduidade com que cada qual poderia frequentar, ou não, as instalações do Clube. Por essa via se abre a porta à permissividade do conhecimento e simpatia, ainda que sem a condição necessária.

Julgo que todos procuram muito mais do que uma mera refeição, que pode ter lugar em qualquer outro local com farta escolha possível, provavelmente até em condições económicas mais vantajosas. Pessoalmente, furto-me normalmente a esse tipo de hábitos adquiridos, procurando sempre o espírito Reserva Naval recreado no ambiente próprio da Marinha que a acolheu e que naquele prestigiado clube sempre encontrei.

Mantida pela Direcção do Clube aquela reserva no tempo, terá sido uma medida redutora da valorização de um relacionamento recíproco que, além de afastar muitos antigos oficiais da Reserva Naval da frequência do Clube Militar Naval, conduziu à fundação de uma associação própria, a AORN – Associação dos Oficiais da Reserva Naval, em 14 de Julho de 1995, na Sala do Risco - Casa da Balança, como exemplo único em todos os Ramos das Forças Armadas.



Ao tempo, afirmaria o primeiro Presidente da Direcção, Dr. António Rodrigues Maximiano:

„...Fomos e somos parte integrante de um Povo e de uma Marinha.

Como Associação crescemos e queremos ser toda a Reserva Naval.

Cumpriu-se o Mar.

Que se cumpra a AORN!...“




Foi primeiro Presidente da Assembleia Geral da AORN, o Prof. Doutor Êrnani Rodrigues Lopes – 7.º CEORN e Presidente do Conselho Fiscal, o Dr. Alípio Pereira Dias – 9.º CEORN.

Em 10 de Maio de 1996, realizou-se no Clube Militar Naval, um convívio de Oficiais da Marinha e Familiares que estiveram em Metangula – Lago Niassa, entre 1968 e 1971. A iniciativa partiu do CAlm Joaquim Espadinha Galo, conjuntamente com o Dr. João Rodeia Peneque – 10.º CFORN e Prof. Dr. Ricardo Migães de Campos – médico naval do 11.º CFORN.

Mais tarde este conceito de convívio foi alargado a outros participantes e ficou agendado, de forma permanente, para a primeira quinta-feira de cada mês, ficando conhecida como a mesa da Reserva Naval – Metangula, almoço convívio que ainda se mantém com os participantes que entenderem comparecer, onde pontifica o espírito aglutinador e sensato do Dr. João Sarmento Coelho (CMG), também ele fundador da Associação e antigo oficial da Reserva Naval do 10.º CFORN.

Há mais de quatro décadas, como tantos outros, quando ingressei na Escola Naval – Marinha de Guerra Portuguesa, fiquei indelevelmente marcado pela primeira sem nunca da segunda esquecer a génese, quer nos valores da hierarquia consentida, alicerçada na competência, quer no exemplo e no espírito de equipa.

Magnífico complemento de formação académica, com fasquia bem acima de formaturas de parada em que, a par de formação, instrução e ensinamentos, também marcaram passo espírito de grupo, camaradagem e amizade.

Durante mais de três décadas nas classes de Marinha, Médicos Navais, Administração Naval, Engenheiros Maquinistas Navais, Construtores Navais, Farmacêuticos Navais, Fuzileiros, Técnicos e Especialistas, a Reserva Naval ombreou com os Oficiais dos Quadros Permanentes nas mais variadas e espinhosas missões, teatros de guerra de além-mar incluídos.

Hoje, tudo se resume a memórias históricas, espelhadas em documentação diversa, relatos, imagens e testemunhos de vivências, recreadas em convívios de antigos camaradas de armas, afinal parte integrante da História da Marinha de Guerra da segunda metade do século passado.

O debate da eventual frequência das instalações do Clube Militar Naval pelos Oficiais da Reserva Naval, esgota-se num horizonte bem distante de qualquer protagonismo que considere efectividade ou o voto como principais objectivos. Pela oportunidade e actualidade, com a devida vénia, reproduzo integralmente o artigo do Comandante Adelino Rodrigues da Costa, publicado na Revista da Armada n.º 261, de Janeiro de 1994.





Notas:

Cerca de três anos mais tarde, em 3 de Março de 2012, o Presidente da Direcção da Associação de Oficiais da Reserva Naval, na altura o Comandante Joaquim Moreira, afirmaria que "...no passado dia 2, o espírito de cordialidade e de câmara entre oficiais de carreira da Armada e os antigos oficiais da Reserva Naval foi reforçado com a assinatura de um protocolo entre o Clube Militar Naval (CMN) e a AORN – Associação dos Oficiais da Reserva Naval, efectuado nesse dia.

O protocolo, assinado entre o CMN e a AORN, na sede da primeira instituição, em Lisboa, em ambiente de salutar convívio, viabiliza formalmente “a utilização das instalações e serviços do CMN pelos antigos oficiais da Reserva Naval”, preconizando ainda a efectivação de iniciativas conjuntas, tais como “palestras, colóquios ou qualquer outro tipo de eventos de carácter cultural, recreativo ou técnico profissional”....


(Da assinatura deste protocolo daremos conhecimento em breve)


Fontes:
Texto do autor do blogue com inserção de texto do Comandante Adelino Rodrigues da Costa publicado na Revista da Armada n.º 261 de Janeiro de 1994;

mls