Os Fuzileiros em Cabinda, no posto de Massabi
(Post reformulado a partir de outro já publicado em 24 de Outubro de 2010)
No princípio de 1964, competia ao Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 5, estacionado em Santo António do Zaire, manter uma força destacada em Cabinda, Tchuquessi, na lagoa de Massabi.
A região tinha sido alvo de ataques inimigos, por parte do MPLA, obrigando as populações da zona ao êxodo maciço para o Congo. Mais tarde, foram regressando lentamente ao local à medida que a segurança foi progressivamente restabelecida ao sentirem que a situação estava controlada.
A lancha de fiscalização «Lué» no rio Chiloango
Embora com recursos escassos, os Fuzileiros nunca regatearam esforço e determinação, utilizando os botes atribuídos e a lancha «Lué», em rotinas de fiscalização e patrulha, até à foz do rio Chiloango. Apesar do mau estado da embarcação, a braços com diversos problemas e avarias, tudo se remediava no limiar do impossível pela sua imprescindibilidade nos apoios logísticos.
A situação acabou por ficar estabilizada no segundo semestre do ano, não só devido à presença permanente da Marinha em Massabi mas também porque passou a haver efectivos do exército, alargando e reforçando o dispositivo de segurança com uma companhia no Tchuquessi.
Já com o DFE 6 no terreno, continuou a política activa de impedir a penetração de força inimigas na zona a partir da fronteira, mantendo-se um ambiente relativamente pacífico, participado pelos habitantes locais e povos ribeirinhos que não mostravam quaisquer indícios de estarem interessados em sublevações ou revoltas.
Mais tarde, em 1966/67, o dispositivo dos Fuzileiros no Zaire foi reconfigurado pela necessidade de apoiar com meios reforçados a Frente Leste, na sequência da agressividade crescente do MPLA, passando os postos do rio Zaire e Cabinda a ser atribuídos à responsabilidade de Companhias de Fuzileiros que patrulhavam rios e margens, bem como ilhotas e muílas.
1967 - Visita do Ministro da Marinha ao posto de Massabi, sendo bem visível um testemunho da passagem da Marinha, ali deixado pelo DFE 6
No primeiro trimestre daquele último ano, alguns postos como os do “Tridente” e “Puelo” foram desactivados. Cerca de um mês depois, nova reconfiguração visando o reforço das posições na Frente de Intervenção Leste, na Lumbala e no Lungué-Bungo, o Pelotão de Fuzileiros deixa de actuar na lagoa de Massabi numa situação de relativa acalmia que veio a manter-se até ao final do conflito.
Fontes:
Texto do autor do blogue, compilado a partir de: Fuzileiros – Factos e Feitos na Guerra de África, 1961/1974, Luis Sanches de Baêna, 2006; Fotos do Arquivo de Marinha;
Texto do autor do blogue, compilado a partir de: Fuzileiros – Factos e Feitos na Guerra de África, 1961/1974, Luis Sanches de Baêna, 2006; Fotos do Arquivo de Marinha;
mls
2 comentários:
Caros camaradas. Em vez de um comentário gostaria de fazer uma pergunta: Durante muito tempo era normal, os contigentes de tropa que seguiam para o Enclave, chegarem a Santo António do Zaire por terra e de camioneta. Daí eram então transportados para a cidade de Cabinda. E a pergunta é? iam de Lancha ou em batelões? E já agora a minha e várias companhias chegavam a ZAR pelos 18H. Porque razão os militares tinham que ficar "presos" até ao outro dia 9/10 da manhã para o Barco zarpar?
Com os melhores cumprimentos,
Joaquim Britro
Nao faço a mínima ideia.Fui durante 18 meses membro da guarnição da LDM 409 sediada em Sto. António do Zaire.A Cabinda íamos ao médico nas LFs, Espiga, Fomalhaut e outras.Nos últimos seis meses desembarquei da LDM e embarquei na Fomalhaut ate terminar a comissao .A comissão teve início em Mar73 e terminou em Fev75.
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