26 novembro 2016

2.º CEORN - Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval,1959





Fontes: Arquivo de Marinha; Anuário da Reserva Naval 1958-1975, Lisboa, 1992, Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado; Dicionário de Navios, Adelino Rodrigues da Costa, 2006; Texto do autor do blogue compilado e corrigido a partir do publicado na Revista n.º 6 da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval, Janeiro/Março 1998; Fotos de Arquivo do autor do blogue;

mls

22 novembro 2016

Reserva Naval… os números!




Transcrição de alguns excertos efectuados do capítulo "Síntese de 25 CFORN" de "O Anuário da Reserva Naval, 1958-1975" da autoria dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado:

........início de transcrição....................

“...O Decreto-Lei nº. 41.399 de 26/11/57 que criou a Reserva Naval, previa que o seu pessoal seria convocado por ordem de mobilização total ou parcial ou, em casos especiais de interesse público, por determinação do Governo, pela pasta da Marinha, sendo os seus elementos enquadrados por pessoal do activo nas lotações das unidades e serviços.

Porém, em poucos anos, o espírito da referida lei foi ultrapassado pelas circunstâncias.

A partir de 1961, as crescentes necessidades da Marinha em pessoal e em material, bem como a diversificada natureza das missões que lhe competiam nos diferentes teatros operacionais, obrigaram a profundas adaptações estruturais...”

............

"...Foram essas centenas de oficiais que, ombreando em dedicação e profissionalismo com os Oficiais do Quadro Permanente, permitiram o normal cumprimento das múltiplas missões exigidas à Marinha até 1974...”

............

"...Esta maciça presença de Oficiais RN nas mais diversas unidades e serviços da Armada revela a importância quantitativa e a influência qualitativa que a Reserva Naval teve na Marinha e nos seus hábitos..."

........fim de transcrição....................


De 1958 a 1974, num crescendo de necessidade em Oficiais, a Marinha, de uma incorporação anual, a partir de 1967 passou a efectuar duas, iniciadas com os 10.º e 11.º CFORN (38+75 cadetes) e atingindo um pico de admissões em 1973 com o 22.º e 23.º CFORN (100+81 cadetes) repetido em 1974 com os 24.º e 25.º CFORN (95+86 cadetes).

Estes números não deixam lugar a quaisquer dúvidas e, tomando como modelo os 16.º e 17.º CFORN’s de 1970, dos 63+103 cadetes incorporados e considerando todas as Classes, destacaram para prestarem serviço em Unidades ou Serviços de além-mar, cerca de 57% dos Oficiais da Reserva Naval que juraram bandeira.

Noutro âmbito e ainda significativamente mais expressivos, são estes valores percentuais apenas na classe de Fuzileiros, registando as maiores taxas de participação de oficiais da Reserva Naval, comparativamente à totalidade de Oficiais, quer dos Quadros Permanentes quer da Reserva Naval, que integravam o Comando daquele tipo de Unidades em Angola, Moçambique e Guiné.

Num total de 63 Destacamentos de Fuzileiros Especiais distribuídos por aqueles teatros operacionais, da totalidade de 139 oficiais neles integrados, 82 eram Oficiais RN (56%) e, mesmo dos 57 dos Quadros Permanentes que comandaram os DFE, mais de uma dezena tinham desempenhado missões anteriores como oficiais da Reserva Naval e vieram a optar pelo ingresso no QP.

Maior acuidade ainda no tocante às Companhias de Fuzileiros em que, das 45 Unidades que nos mesmos teatros operacionais estacionaram, considerando incluídos os Pelotões Independentes e de Reforço (também em Cabo Verde), 217 dos 328 Oficiais (66%) que integraram o Comando das Companhias pertenciam à Reserva Naval. De entre estes últimos, 11 pertenciam à Classe de Médicos Navais e alguns Comandantes daquelas unidades eram igualmente oriundos da Reserva Naval.

Ainda numa outra perspectiva, em finais daquele ano de 1974, do total de Oficiais que prestavam serviço na Armada, 24% pertenciam à Reserva Naval e, considerando apenas os Oficiais subalternos, essa percentagem aumentava para 40%.

........início de transcrição....................

“...Este contributo adicional de juventude, necessariamente que influenciou a Marinha, os seus hábitos, as suas mentalidades e até a sua forma de actuar...”

...Foram 1712 cidadãos que a Marinha teve o privilégio de acolher e de com eles conviver. Foram 1712 marinheiros que à margem do sextante ou do fuzil, a Marinha ajudou a preparar para uma vida diferente. A Marinha recorda-os e este trabalho é também uma homenagem que os seus autores lhes prestam...”

........final de transcrição....................


A Reserva Naval continuou até ao ano de 1992, embora com outras condições na admissão, mais adequadas e adaptadas a uma tão estudada como necessária redução do dispositivo, vindo a ser progressivamente substituída pelo regime de contratação, não sem que, ao longo de mais de três décadas, 3.598 Oficiais da Reserva Naval dos mais variados quadrantes de formação universitária tenham desfilado pela Marinha de Guerra Portuguesa.


Fontes:
Anuário da Reserva Naval 1958-1975, Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado, 1992; Anuário da Reserva Naval 1976-1992, Manuel Lema Santos, 2011; foto de arquivo autor do blogue;


mls

21 novembro 2016

Descubra as diferenças (I)...





Entre as imagens da ponte, em cima e em baixo, existem algumas diferenças.

Em cima:

– Data: 28 de Agosto de 1969.
– Apenas um tabuleiro, o superior.
– Captada de bordo do NM/TT Uíge ao regressar da Guiné.
– Fotografada por um antigo Alferes Médico do Exército.
– Nome: Ponte Salazar.

Em baixo:

– Data: 10 de Abril de 2004.
– Dois tabuleiros, superior e inferior.
– Captada do cais das docas.
– Fotografada por um antigo 1.º TEN da Reserva Naval da Marinha de Guerra.
– Nome: Ponte 25 de Abril.

Pontos comuns:

Os fotógrafos são irmãos e estiveram simultaneamente na Guiné, como militares.





mls

20 novembro 2016

Reserva Naval, 5.º CEORN - A Pátria Honrai...


2TEN FZE Emídio da Silva Simões, 5.º CEORN
Medalha da Cruz de Guerra de 2.ª Classe





O 2TEN FZE RN Emídio da Silva Simões pertenceu ao 5º CEORN - Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval e ingressou na Marinha de Guerra, Escola Naval, a 4 de Outubro de 1962. Promovido a Aspirante RN em Maio de 1963, foi destacado para prestar serviço na Guiné, no DFE 9-Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 9, de 1964 a 1966.

Por portaria de 2 de Novembro de 1965, foi-lhe concedida a Medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe.

Foi Comandante do DFE 9 o 1TEN Horácio Gata Metello de Nápoles, seu Imediato o 2TEN Francisco Isidoro Montes de Oliveira Monteiro e 3.º Oficial o STEN RN Emídio da Silva Simões.






Fontes:
Fuzileiros - Factos e Feitos na Guerra de África 1961/74 - Guiné, Luis Sanches de Baêna, 2006; Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado; Ordens da Armada 1.ª Série n.º 45 de 27.10.1965 e n.º 47 de 10.11.1965.


mls

17 novembro 2016

Reserva Naval... um Legado, uma História!



A LFG "Escorpião" em plena navegação ao largo de S.Tomé


Encontram-se decorridos 58 anos sobre o início da contagem crescente de cursos na Escola Naval quando, em 1958, ingressou naquele estabelecimento de ensino superior o 1.º CEORN - Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval.

A propósito do escoar deste mais de meio século, ocorre-me a transcrição de alguns parágrafos do Anuário da Reserva Naval, 1958-1975 do capítulo “A Abrir”:

“...A carência de Oficiais aumentara substancialmente e foi na Reserva Naval que a Marinha encontrou a solução que melhor se adequou às suas necessidades específicas em pessoal qualificado.
Os Oficiais da Reserva Naval ombrearam então com os do Quadro Permanente no desempenho de cargos e missões da mais alta responsabilidade militar, na maioria das vezes em situações desconfortáveis, complexas e de elevado risco.
Daí resultou um intenso convívio, um são companheirismo entre homens de formação muito diversa e um mútuo enriquecimento cultural, técnico-profissional e até político, que tantas vezes perdurou no tempo e que, no plano dos princípios, continua a inspirar referências e, inclusivé, a ocupar um destacado lugar no imaginário de muitos Oficiais da Armada...”
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Nem todos tiveram a oportunidade de completar esta travessia temporal, tolhidos no caminho pelo mais temível inimigo da Vida, que a todos embosca em qualquer e inesperado destino último. Cada ausente dos nossos convívios e memórias, simbolizará a passagem de um testemunho a transmitir aos que ficaram, na defesa e conservação dos mesmos valores dessa memória colectiva.

Responsabilidade individual acrescida, a assumir por cada antigo Oficial da Reserva Naval vivo, numa perspectiva de continuidade ao serviço da cidadania representada pela Instituição Marinha a que continuam histórica e afectivamente ligados.

Foram 3.598 os oficiais da Reserva Naval que desfilaram pela Marinha de Guerra ao longo de mais de três décadas.

Entre 1958 e 1975 a Escola Naval formou 1.712 oficiais em 25 cursos das mais variadas classes. Com um intervalo em 1975 em que não houve qualquer curso, entre 1976 e 1992, esse número foi acrescentado de mais 1.886 novos oficiais, correspondentes a 943 cadetes integrados em 41 cursos realizados da Escola Naval e a outros tantos 943 cadetes, em 37 cursos levados a cabo na Escola de Fuzileiros.

Também pela Marinha de Guerra que institucionalmente deu corpo à Reserva Naval, escolheu, formou e treinou os seus Oficiais para o desempenho de tão múltiplas como complexas missões.

E ainda por uma Associação que colectivamente os represente, cuidando de que, institucionalmente, a vontade colectiva dos seus membros expressa nos Estatutos e Regulamentos que aprovaram, sejam garante do exercício pleno dos seus Direitos e Deveres.

A assim não ser, estará em causa o legado histórico e cultural da Reserva Naval, parte importante da História da Marinha de Guerra dos últimos 50 anos.


Manuel Lema Santos, 8º CEORN
1TEN RN,1965-1972
LFG "Orion" Guiné, 1966-1968
CNC/BNL, 1968-1970
EMA, 1970-1972


Fontes:
Anuário da Reserva Naval, 1958-1975, edição e autoria dos Comandantes A. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado, 1992; Imagem cedida pelo 2TEN RN Silas Esteves Pêgo, Oficial Imediato da LFG "Escorpião" entre 6Mai68 a 6Abr70

05 novembro 2016

O Anuário da Reserva Naval 1958-1975






O Anuário da Reserva Naval é uma edição dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado e, aos autores, ambos Oficiais dos Quadros Permanentes da Marinha de Guerra, foi devido este importante trabalho de pesquisa, compilação e publicação dos cursos da Reserva Naval que tiveram lugar entre 1958 e 1975.

Apresentada em 1992, a obra funciona como uma espécie de chave de abertura de um quase desconhecido mundo “Reserva Naval”, para quem pretenda aceder a elementos informativos complementares sobre quem e quando integrou os diferentes 25 cursos que tiveram lugar na Escola Naval entre aqueles dois anos de referência, balizadores de um intervalo de tempo.

A brochura foi prefaciada pelo Almirante A.C. Fuzeta da Ponte, ao tempo Chefe do Estado-Maior da Armada.

Depois de uma breve abertura e introdução, a obra aborda sucessivamente a criação, evolução regulamentar, breve análise dos CFORN*, depoimentos, resenha de cada um dos cursos havidos, síntese e a listagem dos 1.712 Oficiais da Reserva Naval formados durante aquele período, encerrando com algumas informacões adicionais de grande interesse.

Reiterar aqui um público agradecimento àqueles dois Oficiais pelo serviço prestado à Marinha e à Reserva Naval, é dever que cumprimos com redobrado prazer pela Camaradagem e Amizade desde sempre reveladas.

Abordaremos em futuro próximo a temática de uma havida continuação dos cursos da Reserva Naval iniciada em 1976 - em 1975 não existiu qualquer curso - e terminada em 1992, ainda que não se esgote dessa simples forma o caminho trilhado no ordenamento dos cursos, partilhada que foi a formação entre a Escola Naval e a Escola de Fuzileiros, no seguimento do 26.º CFORN.



Clique no botão para efectuar o download da listagem dos Oficiais da Reserva Naval
que integraram os 25 cursos de formação entre 1958 e 1975


* CFORN – Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval, designação dos cursos adoptada apenas a partir do 9.º curso; desde o 1.º ao 8.º curso tiveram a de CEORN – Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval.


Fontes:
Anuário da Reserva Naval dos Comandantes Adelino Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado; Texto e foto do autor do blogue.


mls