27 agosto 2018

53º CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval, Set86


(Post reformulado a partir de outro já publicado em 12 de Julho de 2011)

53.º CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval




Registo de família na portaria da Escola Naval, da esquerda para a direita:
Fila inferior: José Eduardo Sabido Gualdino Ferreira Martins, Luís Filipe Pires Fernandes, Luís Filipe Matos de Araújo Maia e Nuno Manuel de Abreu Veloso;
Fila (degrau) do meio: Nelson Bruno Monteiro Ferreira Pacheco, António Manuel da Silva Bernardes, António Jorge Aldinhas Ferreira e Jorge Manuel Fernandes Nunes;
Fila (degrau) superior: Manuel de Oliveira dos Santos, António Cândido Lampreia Pereira Gonçalves, Orlando António Pires Leitão, João Antero Nascimento dos Santos Cardoso e Jorge Manuel Moita Nunes Pereira.



Do 53.º CFORN foram alistados inicialmente 17 cadetes da classe de Marinha, no dia 15 de Setembro de 1986. Daquela incorporação, terminaram o curso e foram promovidos a Aspirante a Oficial 13 elementos (*), em 14 de Março de 1987.

Comandava a Escola Naval o Contra-Almirante António Carlos Fuzeta da Ponte e foi Director de Instrução o Capitão de Mar-e-Guerra José Luis Ferreira Leiria Pinto.




O Juramento de Bandeira na parada da Escola Naval.
Da esquerda para a direita, fila da frente: José Eduardo Sabido Gualdino Ferreira Martins, Jorge Manuel Fernandes Nunes, António Manuel da Silva Bernardes, Manuel de Oliveira dos Santos
e Nuno Manuel de Abreu Veloso;
Fila de trás: Luís Filipe Pires Fernandes, Nelson Bruno Monteiro Ferreira Pacheco e,
mais à direita ou atrás, já não se conseguem identificar


No final do período de instrução, o "Prémio Reserva Naval" foi entregue ao cadete da classe de Marinha, António Jorge Aldinhas Ferreira. Este prémio destinava-se a galardoar o aluno com classificação mais elevada no conjunto da frequência escolar e da apreciação de carácter militar.

A exortação aos cadetes esteve a cargo do CTEN Sajara Madeira e presidiu à cerimónia o Almirante CEMA que passou revista ao Corpo de Alunos em parada, após o que se seguiu o habitual desfile.

Mais tarde foram destacados para as seguintes Unidades e Serviços:

ASP RN José Eduardo Sabino Gualdino Ferreira Martins, LFP «Águia";
ASP RN António Jorge Aldinhas Ferreira, navio-patrulha «Cacine»
ASP RN Orlando Pires Leitão, navio-patrulha «Quanza» e, mais tarde, LFP «Albatroz»;
ASP RN Jorge Manuel Moita Nunes Pereira, LFP «Andorinha»;
ASP RN António Cândido Lampreia Pereira Gonçalves, requisitado pelo Estado;
ASP RN João Antero Nascimento dos Santos Cardoso, Draga-Minas «S. Miguel»;
ASP RN Nuno Manuel de Abreu Veloso, NH «Almeida Carvalho»;
ASP RN Luis Filipe Pires Fernandes, navio-patrulha «Save»;
ASP RN Jorge Manuel Fernandes Nunes, LDG «Alabarda»;

Não se conhecem os locais para onde foram destacados cumprir missões os seguintes oficiais:

ASP RN Manuel de Oliveira dos Santos;
ASP RN Nelson Bruno Monteiro Ferreira Pacheco;
ASP RN António Manuel da Silva Bernardes;
ASP RN Luis Filipe Matos de Araújo Maia;

Este 53.º CFORN ficou conhecido como "Os Gorileiros", nome resultante de uma anedota contada por um dos elementos do curso sobre um cão gorileiro, espécie de feroz e voraz versão africana de um perdigueiro...




Em cima, embarque de fim-de-semana na fragata "Almirante Magalhães Corrêa" e, em baixo, na Escola de Limitação de Avarias, em instrução.



No dia 17 de Setembro de 2011, o 53º CFORN, "Os Gorileiros" reuniu-se para convívio e almoço 25 anos após a entrada na Escola Naval. O encontro teve lugar naquele Estabelecimento de Ensino.



(*) Nota - Os cadetes não mencionados, não concluiram o curso ou sairam da Marinha.


Fontes:
Texto e fotos de arquivo do autor do blogue, compilado a partir do Anuário da Reserva Naval de Manuel Lema Santos, edição AORN, 2011; elementos e fotos do 53.º CFORN cedidos por Orlando Pires Leitão, 53.º CFORN;


mls

23 agosto 2018

LFP «Átria"»- P 360


Os Oficiais da Reserva Naval na LFP «Átria» - P 360




A LFP «Átria»


Construída nos Estados Unidos era uma lancha rápida, em fibra de vidro e que desde 1972 estivera na Guiné, sob o nome de «Corsair». Fora abatida ao efectivo de Unidades Auxiliares da Armada em 31 de Janeiro de 1983.

Esta unidade naval tinha as seguintes características gerais:



No dia 1 de Fevereiro daquele ano, foi aumentada ao efectivo de navios da Armada como Lancha de Fiscalização, com o nome de LFP «Átria» e substituiu a LFP «Rio Minho» no serviço de patrulha e fiscalização da pesca no rio Minho.

Foi abatida ao efectivo dos navios da Armada em 1 de Março de 1993, recebendo o nome de «Tainha» e passando a ser designada por UAM 831.

Durante todo o período em que esteve operacional foram comandantes da LFP «Átria» os seguintes oficiais:

Reserva Naval:

2TEN RN Luís Manuel Mota Ferreira da Silva, 37.º CFORN, 08Abr83/14Set84;
2TEN RN José Manuel da Veiga Ferreira, 43.º CFORN, 14Set84/05Out85*




*A partir desta data e até ao seu abate não foi possível apurar os comandantes da LFP «Átria».

Fontes:
Dicionário de Navios & Efemérides, Adelino Rodrigues da Costa, Edições Culturais da Marinha – 2006; Setenta e Cinco Anos no Mar, Lanchas de Fiscalização Pequenas (LFP’s), 16º VOL, 2005, com foto de arquivo do autor do blogue cedida pela Revista da Armada;


mls


20 agosto 2018

LFP "Rio Minho" - P 370


Os Oficiais da Reserva Naval na LFP «Rio Minho» - P 370

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 20 de Junho de 2011)




A LFP «Rio Minho» fundeada no rio Minho


Construída nos estaleiros navais do Arsenal do Alfeite e única da sua classe, foi destinada à navegação e fiscalização do Rio Minho e aumentada ao efectivo dos navios da Armada no dia 8 de Fevereiro de 1956 com a designação de Lancha de Fiscalização Fluvial. Em 9 de Outubro de 1959 passou a designar-se por Lancha de Fiscalização Pequena.

Esta unidade naval tinha as seguintes características gerais:




Permaneceu no Continente em missões de patrulha e de fiscalização de pesca ao longo de toda a costa norte. Em 1981 o seu estado geral era já bastante mau e com o motor de estibordo inoperativo.

Durante todo o período em que esteve operacional foram comandantes da LFP «Rio Minho» os seguintes oficiais:

Quadros Permanentes:

CFR António José de Barros Vieira Coelho, 09Out59/18Fev61;
CTEN José Marques Elpídio, 18Fev61/12Abr66;
CTEN Adriano Augusto Loureiro de Chuquere Gonçalves da Cunha, 12Abr66/14Nov68;
CTEN Fernando Miranda Gomes, 14Nov68/28Set72;
CTEN Paulo Joaquim Costa Teixeira, 28Set72/13Nov74;
CTEN João Manuel Velho da Silva Dias, 13Nov74/17Set75;
CTEN Manuel Gomes Araújo, 17Set75/13Set79;

Reserva Naval:

2TEN RN Noémio da Silva Moreira, 29.º CFORN, 13Set79/16Set80;
2TEN RN Manuel Albino das Costa Ribeiro, 31.º CFORN, 16Set80/08Set81;
2TEN RN José António Raimundo Mendes da Silva, 34.º CFORN, 08Set81/17Dez82;

Em 17 de Fevereiro de 1982 passou ao estado estado de desarmamento para posterior abate ao efectivo da Armada, o que se consumou em 17 de Dezembro daquele ano.






Nota:
Nova lancha com o mesmo nome e numero de costado foi construída no Arsenal do Alfeite em 1991 e especialmente concebida para missões de patrulha em águas pouco profundas, sendo de realçar o seu reduzido calado. Pelo mesmo motivo, não possui hélices nem lemes, sendo a sua propulsão e governo assegurados por dois jactos de água omni-direcionais, o que lhe confere excelente capacidade de manobra.

A lancha possui espaçosos alojamentos para a guarnição, constituída por um oficial e um sargento, ambos com camarote privativo, e seis praças. A sua compartimentação garante a sobrevivência da lancha mesmo com dois compartimentos contíguos alagados. Ainda se encontra ao serviço da Armada, mas não foi possível obter os nomes dos respectivos comandantes.





Fontes:
Dicionário de Navios & Efemérides, Adelino Rodrigues da Costa, Edições Culturais da Marinha – 2006; Setenta e Cinco Anos no Mar, Lanchas de Fiscalização Pequenas (LFP’s), 16º VOL, 2005, com foto de arquivo do autor do blogue cedida pela Revista da Armada


mls

16 agosto 2018

Anuário da Reserva Naval 1976/1992 de Manuel Lema Santos

Apresentação pelo Comandante Adelino Rodrigues da Costa

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 19 de Julho de 2011)





No dia 14 de Junho de 2011, por ocasião do 16.º Aniversário da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval, no Museu de Marinha - Pavilhão das Galeotas, com a presença do Vice-Almirante José Augusto Vilas Boas Tavares, Director da Comissão Cultural de Marinha, diversas Entidades e Convidados, foi apresentado a edição "Anuário da Reserva Naval, 1976-1992".

A apresentação da obra foi efectuada pelo Comandante Adelino Rodrigues da Costa que, na ocasião, dirigiu as seguintes palavras às personalidades e convidados presentes:

" Foi com muito agrado que aceitei o convite que me foi dirigido pela AORN para apresentar o Anuário da Reserva Naval, nesta edição que regista e identifica o vasto conjunto de homens que, entre 1976 e 1992, serviram a Reserva Naval e a Marinha.

A minha aceitação desta tarefa resultou essencialmente da admiração pessoal que tenho pelo Manuel Lema Santos, o autor deste trabalho – que desde já felicito vivamente –, pela dedicação, persistência e seriedade como conduziu as suas pesquisas em fontes informativas muito dispersas, que não eram fáceis, nem isentas de contradições.

Porém, houve outras razões adicionais para que eu aceitasse este honroso convite. Uma delas é de natureza emocional. De facto, tenho mantido uma ligação muito próxima à Reserva Naval, bem como a muitos dos seus elementos e às suas memórias navais, porque entre 1968 e 1974 tive o privilégio de ter sido instrutor de sete CFORN – Cursos de Formação de Oficiais da Reserva Naval, além de muitos desses oficiais terem sido meus companheiros em diversas situações, nomeadamente em Moçambique e, sobretudo, nas barras e nos rios da Guiné.

Para além disso, também entendi que este convite me dava a oportunidade de louvar uma vez mais a AORN pelo trabalho que tem desenvolvido em prol da Marinha e de prestar a minha modesta homenagem aos seus primeiros presidentes da Assembleia Geral e da Direcção, que prematuramente nos deixaram e que aqui evoco com saudade – Ernâni Rodrigues Lopes e António Henrique Rodrigues Maximiano.

O Anuário da Reserva Naval que hoje é apresentado, constitui um notável trabalho que resulta da laboriosa actividade do seu autor e, naturalmente, de uma pesquisa documental muito vasta.

Creio estar em condições de fazer esta afirmação porque, há cerca de vinte anos, eu próprio passei por uma experiência semelhante à que viveu o Manuel Lema Santos e, portanto, sei por experiência própria, que neste tipo de pesquisa se sucedem muitas dificuldades e que há muitos obstáculos e lacunas de informação nos documentos que se consultam. Assim se consomem tempo e paciência que, por vezes, quase bloqueiam o andamento do trabalho e desesperam quem assumiu o desafio de chegar a um resultado final.

Por isso, embora as 116 páginas do Anuário da Reserva Naval nos possam sugerir uma ideia de facilidade ou de simplicidade, o facto é que essas páginas correspondem a um labor aturado e exigente de pesquisa e de selecção de informações, assim como de atenta resolução de muitas dúvidas e contradições.

Esta edição do Anuário vem revelar-nos uma nova visão do que foi a Reserva Naval e é um notável contributo para a preservação da sua memória histórica e da sua relação com a Marinha.

Por vezes, há a tendência para identificar a Reserva Naval com o período de 1958 a 1975, quando a previsão da guerra em África e as hostilidades que se mantiveram por 13 anos na Guiné, em Angola e em Moçambique, levaram a Marinha a procurar na sociedade civil e, em particular nas universidades, os homens que vieram reforçar os seus quadros, que comandaram lanchas de fiscalização, que embarcaram em todos os tipos de navios, que integraram os destacamentos e companhias de fuzileiros e que, de uma forma mais geral, deram um importante contributo para um certo rejuvenescimento e modernização da Marinha.

Se o contributo da Reserva Naval foi um facto que tanto valorizou a Marinha, a inversa também é verdadeira. Esses jovens de formação universitária também se valorizaram através da sua integração temporária na Marinha e dos conhecimentos que adquiriram sobre a organização e a cultura da corporação e, hoje, nas suas actividades e nas suas vidas, mantêm com orgulho essa marca marinheira.

Porém, este trabalho do Manuel Lema Santos revela-nos que, a partir de 1976 e já com as páginas da conflitualidade colonial encerradas, a Marinha decidiu continuar a procurar na sociedade civil um reforço de quadros e de especialistas de que necessitava para acompanhar as exigências da sua adaptação aos novos contextos operacionais, mas também às novas realidades democráticas e às suas mudanças políticas, sociais e, sobretudo, tecnológicas.

Nesse período decorrido entre 1976 e 1992, a Marinha incorporou 1885 oficiais cuja formação decorreu na Escola Naval ou na Escola de Fuzileiros, salientando-se que 414 se destinaram à classe de Marinha, 249 à classe de Médicos Navais, 484 à classe da Especialistas, 50 à classe de Técnicos, 666 à classe de Fuzileiros, 11 à classe de Engenheiros Construtores Navais e 11 à classe de Farmacêuticos Navais.

Estes números mostram que, embora num contexto operacional bem diferente do que acontecera entre 1958 e 1975, a Reserva Naval continuou a prestar importantes serviços ao País, através da nossa Marinha.

A edição que hoje nos é apresentada sumaria o historial da Reserva Naval entre 1976 e 1992, com uma detalhada descrição da evolução dos cursos realizados e uma elaborada Síntese Legislativa, que inclui a principal legislação publicada ao longo desse período, que foi muitas vezes alterada em função das necessidades da corporação e constitui um importante auxiliar para fundamentar futuros estudos sobre este tema.

Depois, o Anuário identifica os cursos e os cadetes das várias classes que os frequentaram, com a indicação das suas datas de nascimento, de alistamento e de promoção a Aspirante, constituindo uma notável base de dados que, até agora, não estava disponível.

Na sua parte final o Anuário da Reserva Naval inclui Informações Adicionais, onde se incluem diversas listagens – Comandantes da Escola Naval e da Escola de Fuzileiros, Directores de Instrução dos vários cursos, Prémios Reserva Naval atribuídos – e, ainda, uma interessante resenha ilustrada do nosso dispositivo naval entre os anos de 1976 e 1992, com uma apresentação inspirada nos Jane’s Fighting Ships.

Finalmente, para além do seu conteúdo objectivo, deve ser salientada a excelência da apresentação gráfica do Anuário, que muito o valoriza. Assim, o Manuel Lema Santos está de parabéns e é credor do reconhecimento da AORN e da Marinha, pelos resultados que obteve e pelo livro que hoje nos apresenta.

O Anuário é, portanto, um valioso repositório de informações sobre a Reserva Naval. Um dia, tal como hoje sucede com os registos do Arquivo Histórico da Biblioteca Central da Marinha e com as saudosas Listas da Armada, os Anuários da Reserva Naval serão um instrumento indispensável para a pesquisa histórica e para o conhecimento do que foi a Marinha na segunda metade do século XX, mas também do importante papel que os oficiais da Reserva Naval – mais de três mil – tiveram na sua na sua estrutura administrativa, técnica e operacional.

E nesta sala, que com as suas galeotas e aeroplanos nos evoca algumas das facetas mais simbólicas da nossa herança cultural marinheira, eu ouso perguntar se a Marinha podia ter sido uma prestigiada corporação e uma referência institucional da sociedade portuguesa, sem o enriquecedor contributo da Reserva Naval.
E ouso, também, dar a resposta:

Poder, podia, mas não era a mesma coisa!


Adelino Rodrigues da Costa
Lisboa, 14 de Julho de 2011




Edição disponível no Secretariado da Associação:



Rua da Junqueira, 1300-342 Lisboa
Telefone: 21 362 68 40 – Horário das 15 às 20H
Fax: 21 362 68 39
aorn95@reservanaval.pt
maria.antonieta@reservanaval.pt




Fontes: Alocução do Comandante Adelino Rodrigues da Costa em 14 de Junho de 2011; Anuário da Reserva Naval, 1976-1992, Manuel Lema Santos, edição AORN-2011;



Manuel Lema Santos
1TEN RN, 8.º CEORN, 1965/1972
1966/1968 - LFG "Orion" Guiné, Oficial Imediato
1968/1970 - CNC/BNL, Ajudante de Ordens do Comandante Naval
1970/1972 - Estado-Maior da Armada, Oficial Adjunto

10 agosto 2018

LFP «Dom Jeremias» - P 1149


Os Oficiais da Reserva Naval na LFP «Dom Jeremias» - P 1149

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 13 de Junho de 2011)




A LFP «Dom Jeremias».



Construída nos estaleiros navais de S. Jacinto em Aveiro, foi a segunda e última da classe «Dom Aleixo», com as mesmas características gerais.

Foi aumentada ao efectivo dos navios da Armada no dia 22 de Dezembro de 1967 e entregue ao primeiro oficial a exercer o comando nesse mesmo dia. Inicialmente, houve a intenção de seguir para Timor mas a ideia foi abandonada.

Até princípio de Abril de 1968 decorreu o período de aprontamento e adestramento da guarnição com algumas deficiências, pelas constantes reparações a que o navio esteve sujeito, quer no Arsenal do Alfeite quer nos estaleiros responsáveis pela construção, em Aveiro. Houve que modificar a posição dos escapes dos motores principais e auxiliares, alterar o sistema eléctrico de iluminação e o sistema de descarga de água dos motores.

Com o apoio da fragata «Diogo Gomes», largou de Lisboa em 10 daquele mês rumo a Cabo Verde, juntamente com a LFP «Dom Aleixo», tendo aportado a S. Vicente em 18 de Abril depois de escalarem o porto do Funchal.

Permaneceu em missões de fiscalização naquele arquipélago durante cerca de 30 meses, até ao último trimestre de 1970. Regressou a Lisboa, novamente na companhia da «Dom Aleixo», em 27 de Outubro daquele ano.

Os anos de 1971 a 1975 passou-os no desempenho de missões de fiscalização da pesca na costa continental portuguesa, nomeadamente ao longo da costa algarvia.

A partir de 1976 foram-lhe atribuídas missões hidrográficas e oceanográficas, passando para a dependência do Instituto Hidrográfico.

Foi abatida ao efectivo da Armada em 19 de Dezembro de 1997.

Durante todo o período em que esteve operacional foram comandantes da LFP «Dom Jeremias» os seguintes oficiai:

Quadros Permanentes:

2TEN Carlos Alberto da Encarnação Gomes, 22Dez67/15Jan69;
2TEN José António dos Santos de Almeida Joglar, 15Jan69/09Fev72;
...............................................................

2TEN Luís Filipe Borges Pereira e Cruz, 25Ago76/02Set77;
2TEN Luís Maria Cabral Leal Faria, 02Set77/17Mar78;
2TEN José Alberto Alves dos Santos, 17Mar78/02Ago79;
2TEN João Adelino Delduque Pereira Gonçalves, 02Ago79/03Set80;
2TEN César Martinho Gusmão Reis Madeira, 03Set80/24Ago82;
2TEN Diogo Alberto Font Xavier da Cunha, 24Ago82/08Set83;
2TEN Edgar Marcos de Bastos Ribeiro, 08Set83/14Set84;
2TEN Manuel Alexandre Pinto de Abreu, 14Set84/05Out85*

Reserva Naval:

..............................................................

STEN RN Francisco de Oliveira de Castro Paradela, 16.º CFORN, 09Fev72/24Out72;
STEN RN José Manuel da Veiga Ferreira, 19.º CFORN, 24Out72/01Set75;
STEN RN Eurico Teixeira Ladeira, 23.º CFORN, 01Set75/03Set75;
STEN RN José Carlos Baptista Santos, 23.º CFORN, 03Set65/18Dez75;
STEN RN José Guilherme dos Santos Alves, 25.º CFORN, 18Dez75/25Ago76;
.............................................................

*A partir desta data e até 1997 não foi possível apurar os comandantes da LFP «Dom Jeremias».


Navios da mesma classe: LFP «Dom Aleixo», LFP «Dom Jeremias».


Fontes:
Dicionário de Navios & Efemérides, Adelino Rodrigues da Costa, Edições Culturais da Marinha – 2006; Setenta e Cinco Anos no Mar, Lanchas de Fiscalização Pequenas (LFP's), 16º VOL, 2005, com fotos de arquivo do autor do blogue - Arquivo de Marinha e Revista da Armada;


mls

08 agosto 2018

LFP "Dom Aleixo" - P 1148


Os Oficiais da Reserva Naval na LFP «Dom Aleixo» - P 1148

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 8 de Junho de 2011)





A LFP «Dom Aleixo»


Foi construída nos Estaleiros de S. Jacinto em Aveiro e deu o nome à classe «Dom Aleixo». Posta de lado a ideia inicial de seguir para Timor, foi aumentada ao efectivo dos navios da Armada no dia 22 de Dezembro de 1967 e entregue ao primeiro oficial a exercer o comando nesse mesmo dia.

Estas unidades navais tinham as seguintes características gerais:




Até princípio de Abril de 1968 decorreu o período de aprontamento e adestramento da guarnição com algumas deficiências, pelas constantes reparações a que o navio esteve sujeito, quer no Arsenal do Alfeite quer nos estaleiros responsáveis pela construção, em Aveiro.

Houve que modificar a posição dos escapes dos motores principais e auxiliares, alterar o sistema eléctrico de iluminação e o sistema de descarga de água dos motores.

Com o apoio da fragata «Diogo Gomes», largou de Lisboa em 10 daquele mês rumo a Cabo Verde, juntamente com a LFP «Dom Jeremias», tendo aportado a S. Vicente em 18 de Abril depois de escalarem o porto do Funchal.

Permaneceu em missões de fiscalização naquele arquipélago durante cerca de 30 meses, até ao último trimestre de 1970. Regressou a Lisboa, novamente na companhia da «Dom Jeremias», em 27 de Outubro daquele ano.

Os anos de 1971 e 1972 passou-os, na sua maior parte, no Arsenal do Alfeite, a fim de efectuar grandes reparações, largando esporadicamente para efectuar experiências de máquinas, leme e de outras estruturas.

Após o final deste último ano desempenhou missões de fiscalização da pesca na costa continental portuguesa, nomeadamente ao longo da costa algarvia, tendo voltado ao Arsenal do Alfeite em 4 de Dezembro de 1973 para novas reparações e calibrações. Regressou à costa algarvia em 22 de Abril de 1974 onde continuou a desempenhar missões de fiscalização da pesca.

A partir de 1976 foram-lhe atribuídas missões hidrográficas e oceanográficas. Em 1988 e 1989 esteve em missão o arquipélago da Madeira. Em 30 de Abril de 1996 passou ao estado de desarmamento e foi abatida ao efectivo da Armada em 31 de Julho de 1997.

Durante todo o período em que esteve operacional foram comandantes da LFP «Dom Aleixo» os seguintes oficiais:

Reserva Naval:

2TEN RN José Manuel da Conceição Grade, 10.º CFORN, 22Dez67/24Nov69;
2TEN RN Joaquim Manuel Nunes Serra, 14.º CFORN, 24Nov69/18Out71;
2TEN RN Carlos Augusto Fernandes Lopes, 18º CFORN, 18Out71/02Out73;
2TEN RN João Rodrigues de Oliveira, 22.º CFORN, 02Out73/01Set75;
2TEN RN Eurico Teixeira Ladeira, 23.º CFORN, 02Set75/26Mar76;
.............................................................
2TEN RN Jorge Filipe Ramos Silva Guerreiro, 29.º CFORN, 13Set79/05Set80;
2TEN RN Manuel Augusto Moutinho da Silva, 31.º CFORN, 05Set80/09Set81;
2TEN RN Carlos Manuel de Abreu Matias Ângelo, 34.º CFORN, 09Set81/13Abr83;
2TEN RN Helder António Carrilho Figueiras , 38.º CFORN, 13Abr83/14Mar84;
2TEN RN Álvaro Fernando G. Amzalak dos Santos, 41.º CFORN, 14Mar84/03Abr85;
2TEN RN José António Raimundo Mendes da Silva, 44.º CFORN, 03Abr85/05Out85;*

Quadros Permanentes:
.............................................................
2TEN António Carlos da Cruz Cordeiro, 26Mar76/15Nov77;
2TEN António Tomé Robalo Cabral, 15Nov77/13Set79;

*A partir desta data e até 1997 não foi possível apurar os comandantes da LFP «Dom Aleixo»





A LFP «Dom Aleixo» a navegar

Navios da mesma classe: LFP «Dom Aleixo», LFP «Dom Jeremias».


Fontes:
Dicionário de Navios & Efemérides, Adelino Rodrigues da Costa, Edições Culturais da Marinha – 2006; Setenta e Cinco Anos no Mar, Lanchas de Fiscalização Pequenas (LFP's), 16º VOL, 2005, com fotos de arquivo do autor do blogue - Arquivo de Marinha e Revista da Armada;


mls

05 agosto 2018

Guiné, 1966-Lancha de Fiscalização Grande no rio Cacine


Registo no “Diário Náutico” de uma LFG - Lancha de Fiscalização Grande

(Post reformulado a partir de outro já publicado em 7 de Junho de 2006)




Em cima, mapa do rio Cacine e, em baixo, a LFG "Orion" a navegar




Noite fechada, na ponte da LFG – Lancha de Fiscalização Grande, radar em cima, o oficial apresta-se para fundear o navio na foz do rio Imberém, a montante do aquartelamento de Cacine, na margem esquerda do rio.

Maré na vazante, lancha a navegar para montante, pessoal de “quarto“ atento nos postos, mestre na proa, ao guincho.

Em sequência rotineira, mãos nos comandos das máquinas da ponte, reduz para máquinas avante devagar. Quase de seguida, pequena pausa e pára as máquinas.

O marinheiro do leme aguenta o rumo, o navio desliza as derradeiras jardas contra a corrente até quase se imobilizar.

Da ponte são dadas instruções para ser largada a amarra. Ouve-se o barulho metálico das quarteladas que deslizam no escovém e o ferro que mergulha na água.

Entretanto o navio imobiliza-se, lentamente descai e o ferro unha no fundo lodoso.

Volta à faina, navio fundeado.

Pessoal e lancha entorpedecidos na imensidão temporal de um cruzeiro, entre um suspender de ferro, navegar acima e abaixo por tempo indeterminado, o fundear de novo.

Quartos uns iguais aos outros, ora para montante ora para juzante, horas de fiscalização a cumprir

Na margem, as luzes do aquartelamento de Cacine bruxuleiam no cacimbo da noite e, mais longe, por cima do arvoredo a mancha luminosa das luzes da Cacoca e Gadamael, os dois aquartelamentois mais próximos.

O registo do diário náutico, páginas vazias de imaginação, o pensamento longe, a mão que se arrasta em cima do calhamaço, rabiscando o que nunca há-de ser lido, quem sabe?




Esboços no Diário Náutico de uma LFG - Lancha de Fiscalização Grande

Por vezes, durante o dia, o PAIGC, da Ponta Canabém, da outra na margem do rio, frente ao aquartelamento de Cacine, entende "participar nas festas" com morteiradas e uma ou outra rajada de metralhadora pesada na direcção do aquartelamento. Sempre sem consequências, por curtas na distância, mas o objectivo é mesmo incomodar.

Em alguns casos a LFG presente suspendia ferro e, reduzindo a distância, fazia questão de retribuir de perto o cumprimento com as peças de 40 mm, calando o inimigo.

Neste caso, nada de notável a registar. O regresso ao silêncio, ficam os esboços e o pessoal de quarto em serviço.


Fontes:
Texto de Manuel Lema Santos, 8.º CEORN, compilado e editado por mls; extracto do mapa do rio Cacine da "Carta da Porvíncia da Guiné", Ministério do Ultramar, 1961; fotos de arquivo do autor do blogue com cedência do Arquivo de Marinha e do Alf Mil João Alves Martins, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69;


mls